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Rodrigo (Distrito Criativo) Decimo, ponta de lança do governo para 2024


Foto: Pedro Piegas (Diário)

O atual governo municipal, leia-se o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), encaminha, com três anos de antecedência, o que nenhum outro conseguiu, nos últimos 40 anos ao menos: deixar claro quem gostaria de ver como seu sucessor e criando as condições para isso.

Personalistas, créditos políticos à parte, José Haidar Farret, Osvaldo Nascimento e Evandro Behr sequer tentaram. Valdeci Oliveira, por conta das peculiaridades de seu partido, também não. E, claro, que se diga, nenhum deles exatamente se esforçou para mudar a situação.

O fato é que o tucano Pozzobom trabalha política e administrativamente por isso, ao ponto de não haver dúvida alguma, interna e externamente, sobre quem ele gostaria de ver como seu sucessor. No caso, depois desse enorme "nariz de cera" (entendidos, imagine-se, entenderão), o nome: Rodrigo Decimo, o vice-prefeito.

Não se sabe, nem mesmo, qual o partido - hoje o PSL, amanhã quem sabe... Mas há convicção: ele é o cara do governo para tentar a manutenção do projeto pozzoboniano, no pleito de 2024.

E isso fica claro nos detalhes e no todo. Num lado, a presença constante do vice em encontros tidos como estratégicos para a gestão. Há casos no noticiário, basta buscá-los. No conjunto, depois de ter coordenado a elaboração da reforma administrativa, enfim aprovada pelo Legislativo, Decimo será o ponta de lança de uma proposta fundamental para o governo: o projeto do Distrito Criativo.

Até aqui, a ideia de transformar o Centro Histórico em alavanca para o desenvolvimento econômico, social e cultural da cidade tem focado justamente na área da Gare e seu entorno. Mas haverá um transbordamento geográfico, incluindo a revitalização da Praça Saldanha Marinho e a extinta Rua 24 Horas, que será objeto de obras estruturais de macrodrenagem a ser anunciadas a qualquer momento. Ah, entra também nessa conta o início da recuperação (a partir das fachadas, ao menos) do Palacete da SUCV e da Casa de Cultura.

Em tempo: o colunista apurou que tudo isso vai significar investimento de pelo menos R$ 10 milhões. Que virão de várias fontes externas, aqui incluídas contrapartidas de obras e fundos diversos, e também de financiamentos e do Orçamento.

OS OUTROS - Nessa altura, a pergunta cabe: como se comportarão as agremiações de oposição, diante desse fato político claramente colocado? Por enquanto, tateando. Ou tastaveando, dependendo do ponto de vista. Até aqui, o governismo corre solto na raia. Até aqui.

Sobre os leitos do Hospital Regional, o kit socialista e a eleição na Câmara

HOSPITAL - Essa é daquelas que você lerá antes aqui. Em algum momento próximo, deverá estar em Santa Maria o governador Eduardo Leite. Entre outros compromissos, a agenda prevê visita ao Regional e um anúncio há bastante tempo esperado: depois da pandemia, ele não volta a ser um grande ambulatório. Sim, será hospital. E mais: o colunista apurou que serão 168 leitos clínicos e 30 de Unidade de Terapia Intensiva.

Opinião claudemiriana: é triste dizer isso, mas não é menos verdadeiro. Não fosse o coronavírus e as necessidades óbvias que desnudou, o Hospital Regional ainda estaria a esperar e a gerar discursos.

KIT PSB - Não é o único, por certo. Mas se há partido santa-mariense levando bastante a sério a preparação para o pleito do próximo ano, um dos melhor aparelhados é o PSB. Há oito dias, realizou encontro regional, no qual palestras e discussões ocorreram, todas preparatórias à convenção municipal, prevista para outubro.

Além do trololó, questões práticas foram tratadas. Ao ponto de ter sido deixado por aqui, ao presidente Fabiano Pereira, um kit contendo todas as instruções para a convenção. E, claro, com repercussão óbvia sobre 2022.

DEZEMBRO - São intensos os debates, no interior dos partidos, nos gabinetes e, por certo, nos corredores do Palacete da Vale Machado. Entre um forrobodó e outro, os 21 parlamentares articulam a eleição para a Mesa Diretora da Câmara de Vereadores, que acontece na última sessão plenária do ano, em 30 de dezembro.

Esta semana, fonte bastante bem informada disse que, se o pleito fosse hoje, haveria uma mudança no controle político-administrativo do Legislativo. E até com alguma folga. Mas sempre é bom dizer que a decisão será dentro de quatro meses, e não agora.

Ah, e os nomes citados com bastante frequência como ponteiros da Mesa são os do petista Valdir Oliveira e da pedetista Luci Duartes, não necessariamente nessa ordem.

PSDB e MDB, tudo a ver. Pode ser que sim. Ou não!

Em política, afirmar algo definitivo é quase uma heresia. Nada é. No entanto, no PSDB gaúcho começa a dar-se como certo que Eduardo Leite concorre a presidente da República ou a nada. Isto é, numa eventual derrota nas prévias partidárias de novembro, ele sai candidato ao Palácio do Planalto ou a concluir seu mandato no Piratini.

Vai daí que o tucanato não tem outro nome forte no Rio Grande do Sul. E bancará a candidatura de Ranolfo Vieira Jr, o atual vice e de saída do PTB no rumo do PSDB, ou, já no primeiro turno, se coloca como parceiro eleitoral de uma outra agremiação forte do Estado.

É nesse momento que se começa a olhar com bastante cuidado a movimentação do MDB - um dos principais parceiros de Leite no Parlamento gaúcho e mesmo no governo e que anuncia a ideia de definir seu candidato ao Palácio Piratini ainda este ano.

Com um chega pra lá dado no início da semana, no que se convencionou chamar de históricos (e bastante ligados a José Ivo Sartori, adversário tucano em 2018), o partido que já foi liderado por Ulysses lá e Simon cá se move em direção a Alceu Moreira, deputado federal e atual presidente e candidato a candidato ao governo. Ele ou o presidente da Assembleia, Gabriel Souza.

Deu pra entender? Não? Sim, é difícil. Volte ao início do texto. Afirmar algo é uma heresia, mas nunca houve tantas possibilidades de união PSDB/MDB quanto agora. E ponto.

LUNETA

A CARAVANA

Os emedebistas gaúchos, em reunião no início da semana, e dentro do processo de escolha de seu concorrente ao Palácio Piratini em 2022, programaram uma série de sete encontros regionais. A caravana passa por Santa Maria em 29 de outubro e é a penúltima reunião antes do Congresso Estadual marcado para 4 de dezembro, em Porto Alegre. É lá que a cobra fuma e sai o nome do candidato.

NO FUTURO

À parte, a indiscutível parceria Valdeci Oliveira/Paulo Pimenta, hegemônica entre os petistas, há questões de fundo em debate, segundo o presidente da sigla, Sidinei Cardoso Pereira. E vale para além do ano que vem. Tanto que, "no primeiro semestre de 2022", a militância "estará nos bairros dialogando com o povo". Tem a candidatura Lula aí. Mas há também 2024. Nada mais estratégico. Ou não?

CANDIDATA

Não é novidade para o leitor deste espaço. Embora a própria não confirme oficialmente, a presidente local do partido, Carla Kowalski, deve fazer parte da lista de candidatos do Cidadania à Assembleia Legislativa. A agremiação já tem uma pré-relação com 33 nomes (para a Câmara dos Deputados seriam 15). Detalhe: para deputado federal, o partido, em Santa Maria, deve mesmo é apoiar algum forasteiro.

HÍBRIDA

Começa a chamar a atenção dos observadores a existência do que seria uma bancada informal híbrida na Câmara de Vereadores: no caso, a convergência de opiniões entre dois integrantes de partidos distintos. São eles: o novato Pablo Pacheco (PP) e o veterano Tubias Calil (MDB). Ambos têm se destacado pela postura homogênea, especialmente quando o assunto é oposição ao governo municipal.

PARA FECHAR!

Aguarda-se para qualquer momento o anúncio, pela prefeitura, de uma grande obra de macrodrenagem envolvendo a Rua Alberto Pasqualini (antiga Rua 24 Horas). Ela é necessária para garantir solidez (literalmente) ao trabalho de reconstituição a ser feito no local. O escriba apurou que os recursos, que não seriam exatamente poucos, devem vir de contrapartida gerada pela Corsan, quando da renovação da concessão.

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